Nas margens do Danúbio encontra-se uma cidade cujo património artístico e intelectual precede a sua fama. Estamos localizados em Viena, é aqui que a influência da personalidades como Mozart, Beethoven e Sigmunt Freud, que morava na cidade, mudou para sempre o passado e o presente da capital austríaca.
Palácios imperiais como Schönbrunn, a residência de verão dos Habsburgos, a área do MuseumsQuartier, que abriga edifícios históricos e contemporâneos onde estão expostas obras de Egon Schiele, Gustav Klimt e outros artistas, é cenário de uma cidade elegante e sofisticada, às vezes até um pouco esnobe, mas extremamente viva e animada.
Seguindo em direcção a sul do centro histórico, deparamo-nos com um dos edifícios mais majestosos e evocativos de todos os tempos. Este é o Castelo Belvedere, uma das mais belas residências principescas da Europa. O complexo, encomendado pelo Príncipe Eugênio de Sabóia, consiste em dois esplêndidos palácios, o Belvedere Superior e o Belvedere Inferior. construído de acordo com projeto do arquiteto Johann Lucas von Hildebrandt entre 1720 e 1723.
Depois de ter estado na posse dos Habsburgos, que fizeram do castelo a sua residência de verão, hoje o edifício tornou-se a sede da Galeria de arte austríaca. No seu interior conservam-se algumas das maiores obras-primas da arte europeia e entre elas O beijo mágico e evocativo de Klimt.
O Belvedere inferior está ligado ao superior através de um esplêndido jardim que oferece uma bela vista panorâmica de Viena desde o alto. Então você entra no prédio e começa a coleção de arte austríaca. As obras de artistas locais, nas salas internas do edifício, são ladeadas por obras-primas de Manet, Monet, Renoir, Van Gogh, Cézanne.
E então, aqui é da mesma forma que um tesouro precioso para proteger e valorizar Encontramos O Beijo. Aquela obra de Gustav Klimt que é para o Belvedere o que a Mona Lisa representa para o Louvre.
No centro de um lugar etéreo, mágico e abstrato, dois amantes se abraçam e se abandonam num beijo intenso e romântico. A mulher, de olhos fechados e em posição de êxtase, está totalmente abandonada nos braços do amante que, por sua vez, acaricia suavemente sua cabeça.
Um amor idílico que não se quebra nem mesmo pela policromia viva do prado florido. Gustav Klimt, neste trabalho, quer celebrar o amor e as paixões humanas, temas já recorrentes ao longo de sua obra. Porém, é apenas nesta pintura que o artista consegue, através da pintura, contar essa história. momento transcendental em que homem e mulher se abandonam em êxtase mútuo.
Klimt merece crédito por iniciar o que é conhecido como o Secessão vienense, aquele movimento artístico que quebrou definitivamente as rígidas tradições do país. Era o início do século XX e o pintor austríaco pintava obras destinadas a se tornarem obras-primas de beleza eterna. O beijo está entre esses.